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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pela segunda vez



Pode parecer estranho, ou quem sabe pareça anormal, uma coisa estou certo, não tenho controle sobre meus sonhos, isto é fato, isto é um ato involuntário feito por minha mente, talvez uma fuga, talvez o resgate de uma lembrança boa, talvez a descrição de um presente vivido, não importa, afinal o que importa é que esta noite novamente sonhei com você, e novamente merece uma postagem especial.

Era um final de semana, pelo que pude notar não era sábado, talvez seja domingo, era dia, ou melhor tarde, entre as 15h e 16h, você havia decidido sair com meus amigos, afinal esta seria a primeira vez que você iria sair com eles (as) pude perceber que estava ansiosa, queria muito este dia, fomos todos para um shopping, pra variar...

Marcamos de nos encontrar no shopping, mas aconteceu algo inesperado, cheguei atrasado, ou melhor, muito atrasado, quando cheguei pude perceber que não estava nada normal, no shopping estava acontecendo uma espécie de show de auditório, e quem estava se apresentando? Um homem que se dizia ser o produtor da Lady Gaga, mas na verdade era um comediante, estava com um teclado, de onde tocava vários hits da famosa cantora pop, havia muita gente lá assistindo a esta apresentação, e você estava sentada junto de meus amigos (as), em dado momento o comediante olha para o auditório e pede que uma voluntaria se candidatasse a ajudá-lo no próximo numero, ninguém se sensibilizou, o silêncio pairou no auditório que até o momento estava festivo e animado, porém algumas vozes quebraram o silêncio... e muitos dedos indicaram você, de modo que passou a ser o centro das atenções. Eu não consegui entrar no auditório porque estava muito cheio, sendo assim fiquei apenas a observar tudo sem poder fazer nada, pois estava assistindo a tudo por um mini telão, montado em outra sala, o preço que paguei por me atrasar.

Constrangida, mas encorajada por meus amigos e amigas você foi, ao olhar pra você pude ver que não queria estar ali, estava desconfortável, olhava para os lados com freqüência, não dava atenção ao que o comediante falava, parecia estar procurando por algo, e é claro, não encontrava.

O numero consistia em uma serie de piadas sem graça e degradantes, que fizeram o publico romper em gargalhadas, você estava parecendo a Lady Gaga, mas o pior ainda estava por vir, o otário que apresentava o programa, (porque foi isto que ele passou a ser pra mim)  vendo que este numero estava sendo bem aceito pela multidão, surge com uma tesoura e corta de maneira estranha e desorganizada seus cabelos, o publico delirava, eu percebi que você procurava ainda assim se fazer simpática, e a procura de algo que não encontrava naquele auditório, não entendi nada, estava indignado.

O numero acabou, você estava se dirigindo para sair, quando neste momento apareci, não recebi nenhum abraço, tampouco um olá, estava séria, seus olhos lacrimosos, passou por mim sem ao menos dizer oi, se dirigiu ao corredor que dava para a saída, eu fui atrás, gritei seu nome varias vezes, você não me ouviu, pois nem ao menos olhava pra trás.

Como disse anteriormente o shopping estava estranho naquele dia, policiais portando armas pesadas estavam por toda parte, não sei por que, não sei pra quê, só sei que ao me ver correndo disparado um deles me parou, e começou o interrogatório, eu apenas dizia para que me deixasse seguir adiante, seguir ao teu encontro, conversar com você, o que era inútil, pois não era ouvido, você passou pela porta de vidro, eu... tomado por um sentimento estranho corri, corri em direção a porta, corri ao teu encontro, de repente ouço um estampido. 

Assustado olho pra trás, o policial diz não estar brincando ameaçando-me dizendo que o próximo seria em minha direção, eu paralisado, sem reação olho novamente pela porta e vejo que você esta lá fora, parada a olhar a movimentação no interior do shopping, nossos olhares pela segunda vez se cruzam, desta vez senti que na verdade você queria estar junto a mim, e que seu maior desejo era apenas o de sumir daquele lugar.

Um policial de uma patente mais elevada advertiu-o e me liberou, neste momento fui ao seu encontro, abri a porta abruptamente, corri em sua direção, fui ao seu encontro, como se estivesse indo ao encontro do melhor lugar deste mundo, como se todo o mundo não mais houvesse importância e estar ao seu lado era a única razão pela qual passara a existir, ao me aproximar de ti, só conseguir dizer uma única palavra: perdão.

Olhando em seus olhos, segurando em suas mãos, estávamos juntos, tão próximos, tão, tão... hã que barulho é esse? Bosta de celular tem que despertar logo agora?

Acordo novamente, e o sonho como aquele anterior termina com uma sensação de que ainda não havia acabado, e meu dia... Apenas começado.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Com os braços bem abertos.

Escrevo porque tentei esquecer, e esqueci ao começar escrever,
lembrei depois de terminado, mas ao ler, notei que estava presente em cada palavra.

A musica me ajudou a lembrar, (Creed - With Arms Wide Open) também serviu de conforto ao esquecer,
mas ao ressoar a melodia, lembrei... o que não devia ter esquecido.

Então eu escrevo... para que amanhã possa ler,
eu escrevo... assim me aproximo de você.

Escrevo... pra me sentir um idiota
Escrevo... pra ter um mínima sensação de conforto.

Escrevo... porque é mais difícil falar
Escrevo... é fácil amar?

Hoje foi um dia em que encontrei a realidade, um dia em que senti na pele a dura verdade, os "olhos" disseram mais do que a "boca", e no silêncio... encontrei minhas respostas.

Um esculacha daqui, outro dá ordens de lá, alguns poucos elogios a distância, uma minoria subestima e desacredita, porém em meio a toda esta turbulência, ainda assim... hoje eu ouvi.

Sensação desconfortável, uma sensação que você (leitor) não precisa entender, a menos que ja tenha passado por isto.

O mundo ao seu redor sorri, o mundo ao seu redor trabalha, o mundo ao seu redor segue sua rotina, e você... sorri, trabalha, também segue sua rotina, porém seguido por uma estranha sensação de desconforto, de que as coisas não estão indo bem, ou que talvez possa estar melhor.

O homem é um ser social, pois sua vida caminha através das relações com a sociedade a qual ele vive, sendo assim ninguém conseguirá viver sendo uma ilha, ninguém conseguirá viver semelhante a um poço, onde a água fica sempre parada, apenas recebe, recebe e acumula, afinal é dando que se recebe, se queres sorrir, primeiramente devemos fazer sorrir, é fácil julgar o outro de ser aquilo que não somos, de ser aquilo que almejamos ser e por algum motivo... não somos, é fácil... Difícil é buscar a compreensão, ao invés do julgamento, buscar o dialogo, ao invés da fofoca, buscar o amor, ao invés da paixão. Difícil... mas não impossível.

Então eu sigo escrevendo... pensando... por vezes desconfortável, por vezes em total conforto, uma coisa estou certo e com um trecho desta musica termino meu post.

[...]É, acabei de ouvir as noticia de hoje,
parece que minha vida vai mudar,
Fechei meus olhos e comecei a orar,
e lágrimas de felicidade cairam de meu rosto[...]

 Creed - With Arms Wide Open