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domingo, 9 de outubro de 2011

Amor e jogo


      Vivemos em uma sociedade capitalista, onde a competição, a vontade de ser o melhor esta enraizado no subconsciente de cada indivíduo, os comerciais de televisão nos mostram a todo instante que para ser o melhor devemos usar tais roupas, comer em tais lugares, estudar em tais escolas e universidades, ou seja, somos bombardeados por todos os lados, com informações que nos pressionam a abster ou desvalorizar o que temos e somos, com um agravante, a casos em que nem ao menos nos damos conta disto. No entanto o pior é quando reproduzimos estas idéias em nosso cotidiano, corremos o risco de tornar nossas relações superficiais, líquidas, efêmeras, onde tudo se torna em motivo de discussão e competição. Discussão pois o outro passa a ser uma extensão do nosso corpo, minha opinião, meu pensar; competição pois o relacionamento vira status ocorrendo a desumanização do individuo, onde este passa a ser um troféu, fruto de uma conquista e objeto a causar inveja naqueles (as) que desejariam sua companhia.

     Somos bombardeados a todo instante pela idéia da competição, buscando ser o melhor desde o nosso nascimento, ao pensarmos nos espermatozóides, e sua chegada ao óvulo,   nos levando alienarmos na futilidade da competição desde o nosso nascimento. Agora o que me entristece é que muitas pessoas priorizam em demasia a competição e passam até a introduzir esta idéia em seus relacionamentos, em especial no namoro, porém ao comprarmos esta idéia e a reproduzimos estamos gritando as quatro ventos “A vida é um jogo, e eu sou um jogador”, o namorado (a) passa a ser um troféu, onde é exposto a todos sem ao menos se importar com aquele (a) que o perdeu, no entanto, ao assumirmos que a vida é um jogo estamos afirmando que fazemos parte deste, porém ao fazer parte deste jogo, é praticamente impossível você conseguir ser o mesmo personagem sempre. Em um jogo, se tratando do mais popular, o futebol, existem os times com seus jogadores, a bola, o gol, o juiz que nunca esta certo, do ponto de vista dos jogadores, o campo, que pode ser o território de nossa vivência e é claro a torcida, sem falar dos técnicos e reservas, cada um com a sua função a desempenhar nesta partida.

     Você pode estar compondo hoje o time dos vitoriosos, afinal o troféu esta em suas mãos, mas por ser um jogador, ou jogadora, amanhã é certo que o troféu poderá escorrer por entre seus dedos, agora como você irá lidar com esta derrota?  Será que você esta preparado para a mesma?  Afinal ninguém almeja ficar na situação da bola, que entra em campo apenas para ser chutada, mas quer saber? Jogador qualquer um pode ser, agora lidar com a derrota é para poucos, e é exatamente isto que este sistema competidor que vivemos esquece de nos avisar, esquece de nos preparar, pois é claro ao perder somos esquecidos.

    É difícil para alguém que foi jogador durante toda a sua vida, abrir mão desta patente, mas gostaria de te dizer: se você quer ser feliz em algum relacionamento deve esquecer-se desta idéia de jogador, e passar a amar, respeitar, não trate as pessoas como sendo um boneco de Olinda, que os foliões jogam nas costas e carregam pra lá e pra cá e este, esta sempre sorrindo, principalmente se este boneco é seu namorado (a), não podemos nos esquecer também de respeitar os sentimentos daqueles que estão ao nosso redor, ou seja, valorize quem esta ao seu lado, mas respeite quem esta ao seu redor, afinal ninguém quer ser troféu ou ser usado como objeto causador de inveja no outro, mas sim queremos ser homens, mulheres, possuidores de sentimentos, valores, sonhos, que devem ser respeitados.